Monday, April 28, 2008

Portadores do Porder - O Livro e a Foice (IV)

- MAS EU VI! ELE VAI NOS MATAR! - O homem parecia desesperado. Seu nome era Nosiv. Ele era um dos anciãos de Tenan, realmente velho para um ser humano: 110 anos. Ele era cego, porém muito influente por causa de suas visões. Certa feita, ele previu a chegada dos povos bárbaros vindos do Oceano. Conta-se que ele nasceu cego e mais tarde desenvolveu o dom de visões, através de estudos do conhecimento dos Antigos.
- Acalme-se homem! Quem você viu? - Era Eptaros,o pai de Ganien, que falava, ao mesmo tempo, com uma voz calma e impetuosa.
- Eu não sei quem era. Não consegui ver o rosto direito. - Nosiv fala desesperadamente - Mas uma coisa eu sei, era parte do Mal.
Agora foi a vez das pessoas em volta começarem a ficar assustadas. O Mal era como chamavam-se aquele grupo de Antigos que se rebelaram e tentaram assumir o poder.
- Mas isso é impossível! Eles já se foram há muito! - falou uma elfa.
- Isso mesmo! Eles foram destruídos pelos Antigos na Grande Guerra, nós sabemos! Está tudo escrito nas ruínas! - concordou outro homem.
Quando ouviu a palavra "ruínas", Ganien, que já houvera entrado na sala despercebidamente, ficou mais atento. No meio de tantas pessoas preocupadas, a sala de estar parecia um pequenos cômodo e todos estavam aflitos demais para notar um simples elfo escondido no canto da sala. E o barulho de vozes só aumentava.
- Sábios de Tenan! - falou a voz majestosa de Sofia - Não é hora para entrar em desespero. É hora de sentarmos, refletirmos e ouvir o que Nosiv ainda tem para nos dizer.
Nesse ponto, Nosiv já houvera acalmado-se um pouco, mas suas mãos trêmulas não negavam seu real estado de espírito:
- Eu não sei quem era. Tampouco sei do que ele é capaz. Mas existia nele a aura do Mal. Eu o vi dentro de uma caverna, estava conversando com outro ser que não pude ver. Ele estava de costas e coberto com um capuz. Porém o que... - E Nosiv tremeu só de pensar nisso - ... o que mais me assustou é que ele parou de falar e começou a olhar em volta. Como se soubesse que estava sendp observado. - A voz de Nosiv tremulava.
- Sábios, - era Eptaros quem falava, dirigindo-se a todos os presentes - é hora de pensarmos. Antes de mais nada, devemos confimar a localização desse ser do Mal. Isso pode ser uma grande ameaça se ele realmente estiver nas montanhas. E não espalhem essa notícia até termos certeza de tudo. Entendido?
Todos murmuraram que sim e concordaram com um meneio da cabeça. E Nosiv falou:
- É hora de pesquisarmos nos Escritos, para ver se há algum registro de algum ser do Mal que tenha escapado antes, e se isso ocorreu, do que ele seria capaz.
Todos concordaram novamente e aos poucos foram retirando-se. Todos pensativos e preocupados com os acontecimentos que haveriam de vir. E, aos poucos, Ganien foi ficando mais "notável". Quem saía da sala não podia vê-lo, mas exatamente do ponto onde seus pais estavam, ele era totalmente visível.
Quando sua mãe o viu, disparou na sua direção pegando-o pelo braço:
- Ganien! O que você está fazendo aqui? O que você viu? - ela falou num tom imperativo.
Os olhos de Ganien revelavam tudo: havia um brilho nos seus olhos, ele estava cansado daquela cidade entediante! Finalmente teria sua aventura!
- Eu ouvi tudo minha mãe - Ele disse - As visões de Nosiv, o ser do Mal, as Ruínas, os Escritos, tudo. - E ele logo emendou - Mas não se preocupe. Não vou falar nada a ninguém.
O pai de Ganien aproximou-se calmamente:
- Solte-o querida, deixe que eu converso com ele.
Ela o soltou:
- Querido, tome cuidado com o que vai dizer. Existem coisas que ele ainda não está preparado para ouvir - ela falou a ele num sussuro. E, voltando à voz normal disse: - Eu vou para a Biblioteca pesquisar sobre o Mal. - E retira-se da sala.
O pai de Ganien senta-se numa poltrona e chama o filho para sentar-se noutra próxima. (Nessa altura, a mobília da sala estava toda bagunçada, mas geralmente havia cinco poltonas com uma mesinha no centro. Haviam estantes com livros e um sofá enconstado num canto. A sala era razoavelmente grande) e fala:
- Filho, eu...
Mas Ganien o interrompe, dizendo:
- Meu pai, sei o que vai falar. Sei que você acha que não estou pronto para lutar, que não sei como. Mas eu sei! Eu quero isso! Estou cansado dessa cidade.
O pai encara-o com pena. Ele lembra de quando ele próprio era jovem e tinha essa mesma impetuosidade, E pensava: "Infelizmente, acho que ele vai ter que aprender da pior maneira."
- Filho, há uma profecia. - Ganien agora ouve atentamente e seu pai continua - Essa profecia estava há muito esquecida. Porque poucos achavam que um dia ela viria a se cumprir. Ela dizia que, um dia, um do Mal despertaria e traria grande temor sobre Efroden. Ele viria pelas montanhas, na procura de seu cetro. E assim poderia liberar todo os eu poder e até mesmo chamar outro do Mal. O problema, é que, dessa profecia, só tem-se o começo. A solução para esse problema não foi encontrada, porque a parte das Ruínas que contava, foi destruída.
Ganien não perdia uma palavra. A voz de seu pai denotava um severidade muito grande.
- Mas meu pai, por que você está me contando isso? - Ganien não entedia porque seu pai contaria algo dessa magnitude para ele.
- Filho, o que quero fazer, é prepará-lo para as coisas que estão por vir. Por isso é que vou precisar de você aqui por perto.
- Não pai! - Ganien estava contrariado - Mas por quê? Eu deveria ir treinar para esse conflitos e me preparar. Não ficar aqui estudando!
- Filho, entenda. Lembre-se de que a sabedoria é a força mais poderosa que existe.
- Meu pai, eu me recuso a ouvir isso! Sinto muito. - Ele já foi levatando-se.
-Mas, filho...
E Ganien sai de sua casa em direção aos Jardins. O olhar de seu pai o acompanhava. Seu pai sabia que não adiantaria usar sua autoridade, porque Ganien não o escutaria. Ele temia pelo futuro de seu filho...